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Domingo, 25 de Setembro de 2005
Quatro anos decisivos:
Para salvar Estremoz de uma série crise de regime.
No último artigo que aqui escrevi chamei particular atenção para a forma de organização do Poder Local e para a importância primordial da Assembleia Municipal (AM) e das Assembleias de Freguesia (AF), em desprimor da Câmara Municipal (CM).
- Pensar neste momento em termos de um nome para Presidente da Câmara como o Salvador da Pátria/Concelho, repito-o novamente, é o pior erro que os estremocenses podem cometer.
- Concentremos os esforços de votação naqueles que para as AF e muito em particular para a AM, vão decidir o futuro de Estremoz, que a CM (os senhores Vereadores e o Presidente em Colégio de Câmara) serão obrigados a executar. E sem abusos, como sucederá se os estremocenses não impedirem a prepotência, e escolherem Heróis que se poderão transformar em Ditadores.
- A propósito da força real que tem, que deve ter, a AM, e do seu passado recente, pergunto como conduziram e em que termos intervieram nos trabalhos nos últimos tempos os membros da Assembleia? Todos o sabemos! E já agora: Miguel Raimundo e José Fateixa, dois dos actuais candidatos à CM, porque saem da AM e se candidatam à CM? Porque baixam de estatuto, trocando um lugar deliberativo por um lugar executivo? Por acaso? Ou para passar da política do deixa andar, para a do posso quero e mando?
- É necessário sangue novo na AM que lhe restitua a função que nunca assumiu. Para não cairmos numa grave crise de regime.
Se aqui me senti no direito, na obrigação e no dever de dizer em quem não vou votar e porquê! Muitos gostariam de saber em quem vou votar e porquê. Prefiro explicar o que penso que os estremocenses vão fazer.
i) No CDS-PP; votam aqueles que têm as suas posições conservadoras e se revêem no projecto político do Partido Popular, não irão desta vez votar no PSD porque têm uma candidatura própria, para a protecção dos seus interesses, que têm o direito democrático de defender.
ii) No PSD; votam os sociais-democratas, os que não sendo conservadores, acreditam na política do Partido Social-Democrata para o país e para o Concelho. É o direito que a democracia conquistada lhes dá. Não se esqueça Sá Carneiro antes de 25 de Abril de 1974 em plena Assembleia Nacional quando respondia ao deputado fascista Casal Ribeiro
isto só se resolve à bomba
.
iii) No PS; votam os que apoiam a política do Partido Socialista e muito em particular a decisão dos militantes do PS que elegeram Sócrates para as práticas a que temos assistido nos últimos tempos; e conforme: ...a escolha do cabeça-de-lista mereceu unanimidade na última reunião daquela estrutura socialista. A concelhia do PS acrescenta que estabeleceu como objectivo «a vitória nas autárquicas de 2005 no concelho de Estremoz
». Que sejam coerentes, mas não se queixem depois.
iv) Na CDU; votam os que têm tido a força de acreditar que as propostas do Partido Comunista defendem os seus interesses de classe explorada, que continua 35 anos após a esperança que nasceu em 25 de Abril de 1974 em Portugal e em Estremoz, onde:
E, o que ficou? Quais foram os resultados da «caturrice» de alguns? Uma agricultura, sem dúvida, mais pobre, com uma crise, sem dúvida, cada vez mais agravada! Ficou uma cidade triste! Sem nada! Ficaram os campos desertos! Ficaram velhos! Que os novos foram-se à procura do que aqui não tinham! E, entretanto... «O arranjo do Rossio» continua a encher as páginas dos jornais... como escrevia em 1971, o meu amigo José Sena.
v) No BE; votam os que persistem em resistir, acreditam no Bloco de Esquerda, e têm a coragem de assumir que algo está podre no Reino da Dinamarca (Estremoz) como diz no poema Manuel Alegre, por acaso um dirigente do PS que não está com o Aparelho. Sabe-se que são poucos! Crescerão? Tudo indica que sim, pois o descontentamento com a situação actual é grande.
vi) Nos INDEPENDENTES; votam, os que estão com o projecto da Candidatura Independente encabeçada por Normando Xarepe, é um direito que a recente alteração da legislação lhes confere. Não se devendo ignorar que têm existido historicamente listas de Cidadãos Independentes no Concelho de Estremoz.
Um apelo aos abstencionistas (penso que tenho o direito de fazer apelos?): - Votem! Não deixem que os outros decidam por vós o vosso/nosso futuro. Votem em quem lhes dê garantias de defender os princípios da liberdade que nos permite dizer NÃO! e SIM! Sem ir contra a liberdade dos outros.
AJPM
In: Brados do Alentejo - Número 624, de 23 de Setembro de 2005