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Sexta-feira, 7 de Outubro de 2005
Eleições e princípios:
Mentalizar / Propagandear e Consciencializar / Informar
Neste momento tão próximo de mais um acto eleitoral, desta vez as eleições autárquicas e em particular as eleições para o Concelho de Estremoz, é da maior importância uma referência a dois métodos típicos dos períodos que antecedem os actos eleitorais.
Trata-se de dois métodos diferentes utilizados pelas forças políticas, junto do eleitorado e de características perfeitamente tipificadas: a Mentalização e a Consciencialização.
O primeiro, a Mentalização, é aquele a que recorrem os que utilizam a Propaganda como arma para conquistar o voto tomando conta das mentes dos eleitores levando-os a votar na Esferográfica, no Boné ou no Cachecol, evitando e impedindo ao máximo a utilização da capacidade de raciocínio de cada um.
O segundo, a Consciencialização, é o que utiliza a Informação no sentido do Esclarecimento, como arma ao dispor do cidadão para que este formule livremente a sua opinião e opte em consciência, utilizando a sua capacidade racional de homem livre.
A propaganda destinada a mentalizar os cidadãos é típica dos regimes ditatoriais e até de alguns ditos democráticos. De dois regimes, porque no primeiro caso, nas ditaduras, os cidadãos não podem falar, mas se falam todos os ouvem (é o regime dito pidesco); no segundo caso, nas ditas democracias, os cidadãos já podem falar, mas se falarem ninguém os ouve (é a situação actual do regime português).
Nesta situação real, a qual não creio que alguém possa negar ou colocar neste momento em causa, qual a posição a tomar? Como fazer ouvir a nossa voz e intervir no sistema?
Pode ser mais simples do que possa parecer. Basta que cada um assuma o seu papel, não se deixando instrumentalizar (mentalizar pela propaganda das campanhas) e decida em consciência o seu voto com base na informação que lhe chega (separando o trigo do joio). E, fundamentalmente, após o acto eleitoral, continue a participar nos órgãos autárquicos, exercendo o direito que a lei lhe concede, de estar presente e usar da palavra nas reuniões dos mesmos, expondo os seus pontos de vista, na defesa dos seus interesses.
Que lhe dizem os slogans da campanha?
- Os estremocenses merecem mais;
- Para mudar conto consigo;
- O melhor para Estremoz;
- Dinâmica de sucesso;
- Viver Estremoz no século XXI;
- Pela nossa terra.
Nada! A mim também não! Então não vote em slogans. Porque o voto em consciência é o voto da Liberdade, que nos regimes ditos democráticos é espezinhada com o princípio da propaganda, do compadrio, do tacho e da cunha, de que todos falamos, dizemos ter conhecimento e não denunciamos. Situação com que temos de acabar de uma vez por todas. Sabemos que aparelhos partidários não vêm tal com bons olhos mas...
No caso concreto de Estremoz, o melhor para todos, o melhor para cada estremocense, é votar em consciência.
Que o resultado eleitoral expresse os interesses da maioria dos estremocenses e não da minoria de elites partidárias (aquelas que recorrem aos métodos negativos de mentalização e propaganda atrás referidos).
Finalmente, e em particular, para os que não gostam de me ler ou não gostam que outros me leiam:
- Se houver algum leitor interessado em partilhar e debater as minhas preocupações, o Brados do Alentejo está em condições de o colocar em contacto comigo;
- Não sou candidato a nada, não estou à espera de um lugar de assessor ou secretário de um qualquer Presidente que venha a ser eleito, e mais importante do que quem sou é o que aqui escrevo;
- O meu objectivo é contribuir civicamente para o que considero ser de facto O Melhor para Estremoz. E o Melhor para Estremoz é o melhor para cada estremocense, independentemente de em quem, conscientemente, decida votar.
AJPM
In: Brados do Alentejo - Número 625, de 7 de Outubro de 2005