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Após as ultimas eleições legislativas escrevi neste espaço, em 4 de Março de 2005, o artigo Os números falam por si. Hoje Os números continuam a falar por si.

Para as
AF; 2890 (21,64%) dos eleitores votaram PS tendo a presidência em 3 JF, 2649 (19,84%) votaram CDU tendo a presidência em 5 JF, 2123 (15,90%) votaram PSD tendo a presidência em 3 JF, 5691 (42,62%) não votaram em quaisquer destas forças politicas não tendo qualquer representação. (faltam os resultados de 2 freguesias, onde a eleição se processa em plenário de cidadãos eleitores).
Para a
AM; 2847 (21,11%) dos eleitores votaram PS sendo eleitos directamente 8 membros, 2635 (19.54%) votaram CDU sendo eleitos directamente 7 membros, 1723 (12,77%) votaram PSD sendo eleitos directamente 5 membros, 423 (3,14%) votaram INDEPENDENTES sendo eleito directamente 1 elemento, 5860 (43,45%) não votaram em qualquer destas forças politicas e não estão representados neste órgão deliberativo municipal. (falta acrescentar os 11 presidentes das JF eleitos indirectamente, 3 PS, 5 CDU, 3 PSD, mais os 2 presidentes das JF eleitos em plenário de cidadãos eleitores).
Para a
CM; 2870 (21,28%) dos eleitores votaram PS estando representados por 3 elementos da lista, 2797 (20,74%) votaram CDU estando representados por 3 elementos da lista, 1644 (12,19%) votaram PSD estando representados por 1 elemento da lista, 6177 (45,80%) não votaram em qualquer destas forças politicas e assim não estão representados neste órgão executivo colegial. (a presidência da Câmara pertence ao PS).
E os números não deixam qualquer dúvida.
As últimas eleições autárquicas para a AM, no Concelho de Estremoz, foram ganhas por 5073 (37,61%) eleitores que se abstiveram. E este número não pode ser menosprezado, são aqueles que não abdicam do seu direito de voto para que outros decidam por eles. Fazem-no porque
A classe política perdeu a credibilidade e
As pessoas estão zangadas com os partidos .
É necessário alargar a cidadania para combater a crise de valores e de confiança no sistema, pois os aparelhos partidários são o actual problema da democracia em Portugal. Como tal é necessário renovar as elites políticas através de uma nova lógica de cidadania e moralizar a vida política. De facto, hoje, tudo está feito no sentido de favorecer as máquinas partidárias.
Os partidos são necessários à democracia mas é preciso dizer que os partidos não esgotam a democracia. Precisam de muito mais abertura e de uma competição que venha da iniciativa e do voluntariado dos cidadãos. É preciso criar uma nova lógica de cidadania. E é ao nível do poder local que as reformas podem ser mais democráticas e mais eficazes.
Face aos números atrás expressos é indispensável a presença e participação daqueles que não estão representados nas reuniões dos órgãos autárquicos (AF, JF, AM e CM) de forma a fazerem ouvir a sua voz e defenderem os seus direitos evitando serem marginalizados pelas forças que detêm o poder.
Não podemos, não devemos, cruzar os braços e ficar à espera que os eleitos resolvam os nossos problemas. Lembremos que estes representam apenas cerca de 56% do eleitorado. E desse facto devem estar cientes.
Assim, a participação cívica dos cidadãos nas Assembleias de Moradores, a constituição de Comissões de Moradores, bem como a participação activa nas Associações de classe, sectoriais, sociais, culturais, desportivas, recreativas, etc. são um passo imprescindível para o desenvolvimento participado do Concelho.
Em sintonia com a maioria que não votou PS, vou estar aqui presente e em todos os momentos nos lugares onde vão ser tomadas decisões políticas (como sejam as reuniões dos órgãos autárquicos), para evitar que continue a suceder, o que temos constatado desde 25 de Abril de 1974. Todos deveremos saber dizer não à previsível ditadura que o Aparelho do PS pensa certamente implementar, a exemplo do que tem feito no governo central. De Estremoz não deveremos permitir que tomem conta.
O tal AJPM que incomodou alguma gente, no futuro não deixará de fazer frente aos que colocam os interesses partidários e individuais à frente do interesse colectivo, e conta garantidamente com o apoio de todos os Estremocenses que não aceitam uma minoria a decidir o futuro do Concelho de Estremoz.
Veiros e Evoramonte já foram sedes de Concelho. O comboio já acabou. Não podemos continuar a andar para trás.
AJPMIn:
Brados do Alentejo - Número 626, de 21 de Outubro de 2005